sábado, 1 de dezembro de 2007

uma forma de amar

Me cansei de ver-te sofrer!!!
Atirei-te o meu manto para que pudesses encontrar o abrigo que tanto anseias
Não me aproximei do teu ouvido para te dizer o quanto te amo para não te assustares
Entretanto fiz-te canções inspiradas nos teus momentos de alegria

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Sensação 3

Voltei a esquina dos meus pensamentos… vi-me aí sentado entre os demais que da minha vida fazem parte. Os nossos olhares se cruzavam e nenhum som saia das nossas bocas. O silêncio já fazia parte do dia a dia. Por mais que quiséssemos nenhum som feria o ar, vibrando as nossas emoções contidas. E assim ali continuávamos. Aprendemos a ler nos olhares as alegrias e as angústias do quotidiano. As vezes nos encarávamos e dos olhos saíam chispas para logo serenarem. O diálogo continua…e então desci ao poço das minhas reflexões, ali…vi-me em duplicado…triplicado…quadruplicado e mais e mais vezes “plicado”. Dirigia-me a um eu e me esbarrava no silêncio, me cansava de questionar naquela mudez quais as razões daquela personalidade múltipla que se repetia como que à frente de espelhos frontais … paralelos. Só os olhares mudam. Num via um olhar de revolta…noutro um olhar sereno, enquanto noutros vislumbrava-se indiferença…esperança, amor, e até alegria. OIÇO AO FUNDO UMA GARGALHADA!!!! Algo quebrou o silêncio…e então volto a cabeça num gesto de quem foi surpreendido num momento de intimidade com o EU e lá estava o outro eu gargalhando e gesticulando como se não fizesse parte dessa família… desse meu mundo. Depois, mirou-me nos olhos e desapareceu misteriosamente, como que evaporado pelo cansaço de impor no silêncio uma gargalhada.

domingo, 30 de setembro de 2007

Sensação nº1
Em pleno Oceano Atlântico situam-se essas ilhas magníficas, onde o céu e o mar se namoram ao pôr-do-sol. Fico ali na plateia junto a Baía do Porto Grande, defronte ao impávido Monte Cara, extasiado com aquele lindo namoro e me embriago da festa das cores daí resultantes. Perco a noção do tempo, às vezes sinto até ciúme, mas me resta o consolo de ser um voyeur privilegiado, atento aos beijos e abraços e das cores daí originadas. Que laranjas meu Deus...! os amarelos se entrosam com vermelhos...os vermelhos se entrosam com os amarelos numa cumplicidade tremenda... enquanto os brancos se acasalam, fundem-se e confundem-se com as outras cores... os azuis enfeitam-se com o ouro..., gradualmente vai-se aproximando o momento do clímax. Este é o momento em que entram em cena os violetas...lilases...dá-me um arrepio ver como essas cores se misturam...se empatizam...se fundem em curtos e intensos abraços roçando ao de leve os lábios um no outro. Os toques são curtos e intensos. Continuo ali, hipnotizado por tamanha beleza. A medida que os namorados se vão confundindo com a noite, vou-me despertando desse feitiço para outro dia poder voltar a masturbar os meus sentidos.