sábado, 23 de outubro de 2021

Passagem pelas artes Cénicas

Djô Bazof e amigos no botequim do Junzim Monk

Considero a arte como um todo e também acredito que o artista é capaz de estar em qualquer projeto que esteja relacionado com a arte em termos de execução de obras/performance e crescer com os novos desafios.

Djô Bazof e Dona Filó

Em 1986 quando o realizador Jean de Dieu me convidou para entrar num projeto de um telefilme "Serenata Sem Luar" com os técnicos Carlos Adriano, Manuel Estevão, João Fortes, Fonseca Soares, onde eu fazia o papel de "Djô Bazof" e contracenava com muita gente talentosa (Djosca Lopes, José Lima, Lilia, Armindo, Manuela, Tony e muitos mais), me senti um pouco intimidado com esse projeto pois era a primeira vez que entrava em algo do género e vinha logo como personagem principal num projeto onde haviam actores com mais rodagem do que eu, vindos do mundo do teatro, não obstante eu ter uma certa familiaridade com a câmara pois meu pai costumava nos filmar em cenas de improviso quando vinha de férias da Holanda com a sua máquina Super 8, ele era um entusiasta e de também ter tido uma breve passagem pelo teatro em 1980 na cidade da Praia (com a peça "Mataram um actor", grupo Jaime Mota) e em Mindelo 1980 com o grupo "Os Atlânticos", criado por João Ricardo e com vários actores apaixonados pelo teatro ensaiamos vários sketches mas não chegamos a apresentar espetáculo pois o grupo por razões diversas se desintegrou.

Essa sensação inicial foi passando e dando lugar à sensação de Eu Posso a medida que as cenas se iam somando. Esse filme foi passado na TVEC (Televisão Experimental de Cabo Verde).
Djô Bazof bebendo água em casa de Dona Filó, servido pela sua empregada
Como estávamos nos inícios da televisão em Cabo Verde e dado a qualidade do trabalho conseguido mesmo com os parcos meios à nossa disposição na altura, o filme teve um impacto que me pegou de surpresa.
Djô Bazof e amigos no baile em La Terrasse
Djô Bazof e amigos no baile em La Terrasse
Djô Bazof vendo a Dona Filó se afastar após o beijo roubado
Não tinha a mínima noção do que era ser famoso por uns dias. De repente as pessoas me passaram a reconhecer na rua e me abordavam sobre o meu papel e sobre o filme e senti que a minha privacidade estava em risco. Me "hibernei" por uns tempos. Até hoje muitos me chamam de "Djô Bazof" nome do meu personagem no "Serenata Sem Luar".
Djô Bazof após a serenata a frente da casa da Dona Filó