Para mim, a arte é a representação do belo e o artista aquele que tem o poder ou o dom de representar o belo. O belo para mim é todo aquilo que nos toca no fundo da alma e nos transmite uma sensação de prazer diferente, um prazer que equivale a uma carícia na alma, a um orgasmo espiritual. O belo representado não carece de explicação pois da mesma forma que a sensação do belo está para além dos cinco sentidos o ser que contempla a representação do belo também sente que está perante algo que transcende os cinco sentidos, pois o belo toca a alma. Toda a tentativa de explicar a representação do belo numa obra de arte não passará neste caso de pura demagogia ou marketing de compensação ao que falta à suposta arte. Cada espectador sente a arte a sua maneira. A intensidade de sentimentos que uma pessoa sente perante uma obra de arte difere de pessoa para pessoa e isto sempre acontece logo ao primeiro contacto com a obra, portanto explicar a obra seria tentar apagar a livre forma de sentir do espectador e impingir uma forma elaborada com base em suposta intelectualidade. Nessa base (a da suposta intelectualidade) quem não entende a arte seria um ignorante. A contemplação da arte deve ser de uma forma livre, sem se estar preso a dogmas, a ideias pré concebidas, a correntes artísticas ou prisão mental de qualquer outra natureza. Deixemos fluir a nosso próprio sentir.
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